Normas Para Cabeamento Estruturado

Este artigo tem o objetivo de relacionar todas as normas diretamente relacionadas ao mundo do Cabeamento Estruturado. Aqui estão relacionadas normas de cabeamento estruturado nacionais (ABNT), internacionais (ISO) e norte-americanas. Estas listas são periodicamente revisadas, mas se você constatar que tem alguma norma desatualizada, por favor envie um e-mail para o autor para que ele possa atualizar esta lista (marcelo@claritytreinamentos.com.br)

Consulte também as Normas para Data Centers neste outro artigo.

Normas brasileiras

  • ABNT NBR 14565:2019 – Cabeamento estruturado para edifícios comerciais (baseada na ISO/IEC 11801-1)
  • ABNT NBR 14703:2012 – Cabos de telemática de 100 Ω para redes internas estruturadas – Especificação
  • ABNT NBR 14705:2010 – Cabos internos para telecomunicações – Classificação quanto ao comportamento frente à chama
  • ABNT NBR 16264:2016 – Cabeamento estruturado residencial (baseada na ISO/IEC 15018)
  • ABNT NBR 16415:2021 – Caminhos e espaços para cabeamento estruturado (baseada na ISO/IEC 14763-2 e ISO/IEC 18010)
  • ABNT NBR 16521:2016 – Cabeamento estruturado industrial (baseada na ISO/IEC 24702; está em processo de revisão durante 2024)
  • ABNT NBR 16665:2019 – Cabeamento estruturado para data centers (baseada na ISO/IEC 11801-5)
  • ABNT NBR 16869-1:2020 – Cabeamento estruturado – Parte 1: Requisitos para planejamento (baseada na ISO/IEC 14763-2)
  • ABNT NBR 16869-2:2021 – Cabeamento estruturado – Parte 2: Ensaio do cabeamento óptico (baseada na ISO/IEC 14763-3) | ver artigo sobre seu lançamento
  • ABNT NBR 16869-3:2022 – Cabeamento estruturado – Parte 3: Configurações e ensaios de enlaces ponto a ponto, enlaces terminados com plugues modulares e cabeamento de conexão direta (baseada na ISO/IEC 11801-3, ISO/IEC TR 11801 partes 9902, 9903, 9907 e 9910, ISO/IEC 14763-4)
  • ABNT NBR 16869-4:2023 – Cabeamento estruturado – Parte 4: Sistema automatizado de gerenciamento da infraestrutura de telecomunicações, redes e TI (baseada na ISO/IEC 18598)
  • ABNT NBR 16869-5 – Cabeamento estruturado – Parte 5: (esta parte será sobre especificação e ensaios em redes ópticas passivas locais; ela ainda está sendo desenvolvida; expectativa de publicação para 2024)
  • ABNT NBR 17040:2022 – Equipotencialização da infraestrutura de cabeamento para telecomunicações e cabeamento estruturado em edifícios e outras estruturas (baseada na ISO/IEC 30129)

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Normas internacionais

  • ISO/IEC 11801 – Information technology – Generic cabling for customer premises
    • ISO/IEC 11801-1:2017 – General requirements
    • ISO/IEC 11801-2:2017 – Office premises
    • ISO/IEC 11801-3:2017 – Industrial premises (substituiu a ISO/IEC 24702)
    • ISO/IEC 11801-4:2017 – Single-tenant homes (substituiu a ISO/IEC 15018)
    • ISO/IEC 11801-5:2017 – Data centres (substituiu a ISO/IEC 24764)
    • ISO/IEC 11801-6:2017 – Distributed building services (incorpora a ISO/IEC TR 24704)
    • ISO/IEC TR 11801-9902:2017 – Specifications for End-to-end link configurations
    • ISO/IEC TR 11801-9907:2019 – Specifications for direct attach cabling
    • ISO/IEC TR 11801-9910:2020 – Specifications for modular plug terminated link cabling
  • ISO/IEC 14763 – Information technology – Implementation and operation of customer premises cabling
    • ISO/IEC 14763-2:2019 – Planning and installation (substitui a ISO/IEC 18010 e a ISO/IEC 14763-1)
    • ISO/IEC 14763-3:2014 – Testing of optical fibre cabling
    • ISO/IEC 14763-4:2021 – Measurement of end-to-end (E2E)-Links
  • ISO/IEC 18598:2016 – Information technology – Automated infrastructure management (AIM) systems – Requirements, data exchange and applications
  • ISO/IEC 30129:2015 – Information technology – Telecommunications bonding networks for buildings and other structures


Normas norte-americanas

  • ANSI/TIA-568 (ver artigo sobre lançamento da revisão D da 568)
    • ANSI/TIA-568.0-D – Generic Telecommunications Cabling for Customer Premises
    • ANSI/TIA-568.1-D – Commercial Building Telecommunications Infrastructure Standard
    • ANSI/TIA-568.2-D – Balanced Twisted-Pair Telecommunications Cabling And Components Standard
    • ANSI/TIA-568.3-D – Optical Fiber Cabling And Components Standard
    • ANSI/TIA-568.4-D – Broadband Coaxial Cabling And Components Standard
    • A ser desenvolvida: ANSI/TIA-568.5 – Single Balanced Twisted-Pair Cabling and Components Standard
  • ANSI/TIA-569-E – Telecommunications Pathways and Spaces
  • ANSI/TIA-570-C – Residential Telecommunications Infrastructure Standard
  • ANSI/TIA-606-C – Administration Standard for Telecommunications Infrastructure
  • ANSI/TIA-607-C – Generic Telecommunications Bonding and Grounding for Customer Premises
  • ANSI/TIA-758-B – Customer-Owned Outside Plant Telecommunications Infrastructure Standard
  • ANSI/TIA-862-B – Structured Cabling Infrastructure Standard for Intelligent Building Systems
  • ANSI/TIA-942-B – Telecommunications Infrastructure Standard for Data Centers
  • ANSI/TIA-1005-A – Telecommunications Infrastructure Standard for Industrial Premises
  • ANSI/TIA-1152-A – Requirements for Field Test Instruments and Measurements for Balanced Twisted-Pair Cabling
  • ANSI/TIA-1179-A – Healthcare Facility Telecommunications Infrastructure Standard
  • ANSI/TIA-4966 – Telecommunications Infrastructure Standard for Educational Facilities


Aproveite e aprenda muito sobre cabeamento estruturado com este livro que aborda o conceito e os subsistemas de cabeamento estruturado, a normalização, os meios de transmissão, os espaços de telecomunicações e redes, as práticas de instalação, certificação e testes do cabeamento instalado:

Para saber mais sobre algumas das normas relacionadas acima, assista os vídeos a seguir.

Até a próxima!

Marcelo Barboza, RCDD, DCDC, ATS, DCS Design, Assessor CEEDA
Clarity Treinamentos
marcelo@claritytreinamentos.com.br

Sobre o autor
Marcelo Barboza, instrutor da área de cabeamento estruturado desde 2001, formado pelo Mackenzie, possui mais de 30 anos de experiência em TI, membro da BICSI e das comissões de estudos sobre cabeamento estruturado e de infraestrutura de data centers da ABNT, certificado pela BICSI (RCDD e DCDC), Uptime Institute (ATS) e DCPro (Data Center Specialist – Design). Instrutor autorizado para cursos selecionados da DCProfessional, Fluke Networks, Panduit e Clarity Treinamentos. Assessor para o selo de eficiência para data centers – CEEDA.

Publicada a norma nacional de testes em cabeamento óptico

Introdução

As fibras ópticas estão sendo cada vez mais utilizadas em redes de dados, tanto em data centers, quanto em redes de acesso dos assinantes de serviços públicos de telecomunicações (como o FTTx). Elas oferecem maior largura de banda, além de serem mais compactas do que os cabos com condutores metálicos e não sofrerem ou causarem interferência eletromagnética.

Só que há a necessidade de se testar esses enlaces ópticos, principalmente após sua instalação, pois durante a implantação, seus componentes são submetidos a vários procedimentos que podem comprometer seu desempenho, tais como: tração, curvatura e torção dos cabos ópticos; emendas das fibras; confecção de conectores ópticos; conexão de patch cords em cross-connects.

Durante a implantação, tais procedimentos podem levar à degradação do desempenho do enlace devido a diversos fatores decorrentes. Exemplos: macrocurvaturas; rompimento das fibras; emendas defeituosas; conectores trincados ou sujos etc.

Normas de testes de fibra óptica

Portanto, para termos certeza de que, tanto o material utilizado no projeto, quanto as técnicas utilizadas em sua instalação, atendem às melhores especificações de qualidade, possuindo desempenho suficiente para permitir todo o tráfego de dados esperado ao longo da vida útil do enlace óptico, temos que testá-lo utilizando as ferramentas, equipamentos e procedimentos corretos.

A questão é que as normas nacionais até então existentes somente especificavam técnicas de ensaio para componentes (somente cabo, somente fibra, somente emenda, ou somente conexões). Como exemplos, podemos citar normas para ensaios de: impacto, sensibilidade à curvatura, abrasão e ciclo térmico de cabos ópticos; durabilidade e estabilidade de conectores e adaptadores; determinação de perda na emenda etc.

Mas não havia uma norma que estabelecia as bases para o teste de enlaces ópticos inteiros, instalados, já contendo uma coleção de componentes encadeados, como cabos, emendas, conectores e patch cords.

Só que agora já temos essa norma! É a NBR 16869-2 – Cabeamento estruturado – Parte 2: Ensaio do cabeamento óptico, publicada em 12/04/2021. Ela foi resultado do trabalho da comissão de estudos CE-003:046.005, pertencente ao Comitê Brasileiro de Eletricidade (COBEI), ligado à ABNT. Esta norma, em grande parte, segue as orientações das revisões mais recentes das normas internacionais ISO/IEC 14763-3 (Information technology – Implementation and operation of customer premises cabling – Part 3: Testing of optical fibre cabling) e IEC 61280-4-1 (Fibre-optic communication subsystem test procedures – Part 4-1: Installed cabling plant – Multimode attenuation measurement).

Siga este link (https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=465992) para adquirir a norma ou ver mais detalhes. Para saber quais são as normas mais relevantes no âmbito do cabeamento estruturado, leia este artigo.

A NBR 16869-2

A NBR 16869-2 descreve equipamentos, ferramentas e procedimentos que devem ser utilizados, como mínimo, para a execução de testes em enlaces instalados de fibra óptica monomodo e multimodo. São eles: kits de limpeza de faces de conectores; microscópio para inspeção da face de conectores; LSPM; OTDR; respectivos acessórios.

Ensaio do cabeamento de acordo com a NBR 16869-2

Esta norma complementa as demais normas nacionais que tratam do projeto de sistemas de cabeamento estruturado em fibra óptica, que são as ABNT NBR 14565, ABNT NBR 16264, ABNT NBR 16521 e ABNT NBR 16665.

Existe ainda a NBR 16869-1, que trata sobre os requisitos para o planejamento de sistemas de cabeamento estruturado. Esta é uma norma recente, publicada em julho de 2020, e que possivelmente será tema de outro artigo do blog. E a NBR 16415, que trata dos caminhos e espaços para cabeamento estruturado.

O vídeo a seguir fala sobre a publicação da norma NBR 16869-2.

Inspeção e limpeza

A norma descreve ferramentas e procedimentos mínimos a serem adotados para inspecionar e limpar a face de conectores ópticos. Os conectores estão presentes nas terminações dos cabos e dos patch cords ópticos, mas também estão presentes nas portas dos equipamentos de rede e dos próprios equipamentos de teste, além de fazerem parte dos cordões e fibras de lançamento que estarão inclusos nos procedimentos de ensaio.

A norma frisa a importância de se inspecionar e, se for o caso, limpar as interfaces das fibras ópticas que farão parte dos testes antes que qualquer processo de medição e de referência seja executado. Ela define requisitos mínimos do microscópio a ser usado na inspeção da face dos conectores, bem como a norma internacional de referência sobre o assunto.

Como parte da certificação de um enlace óptico instalado, a norma define os seguintes tipos de inspeção sobre o cabeamento instalado:

  • Continuidade da fibra óptica: para verificar se as fibras são íntegras de uma extremidade a outra do enlace;
  • Polaridade da instalação óptica: para verificar se cada fibra conecta as portas correspondentes em ambas as extremidades, sem inversões;
  • Comprimento do cabo óptico: pode ser verificado visualmente pelas marcações de capa ou com o auxílio de equipamentos de medição (como um OTDR);
  • Inspeção das faces dos conectores: como já comentado neste artigo;
  • Dimensão do núcleo da fibra óptica: verificação das dimensões do núcleo em relação à casca da fibra nas terminações ópticas.

Veja no vídeo a seguir o que pode acontecer se a inspeção e a limpeza não forem realizadas corretamente.

LSPM

O LSPM nada mais é do que o popularmente conhecido “power meter”. A sigla significa “Light Source and Power Meter”, a combinação entre a “fonte de luz” (necessária para acoplar luz na fibra a ser testada) e o “power meter” (o medidor de potência óptica, em si). Equipamentos LSPM, como mínimo, permitem medir a atenuação (perda) do enlace óptico completo.

A norma define os procedimentos para medição da atenuação do enlace, os comprimentos de onda de trabalho do LSPM, o nível de precisão do equipamento, além de demais requisitos, como sua calibração e especificações dos cordões de ensaio, por exemplo.

Um detalhe a observar, muito importante, por sinal, e coberto pela norma, é o método de referência a ser utilizado ao se configurar o LSPM antes dos testes. A norma define quatro métodos de referência, a saber:

  1. Um cordão
  2. Dois cordões
  3. Três cordões
  4. Cordão do equipamento

A diferença entre esses quatro métodos é a inclusão ou não da atenuação dos conectores que estão nas extremidades do enlace a ser testado.

Um dos modelos de referência

Estes vídeos exploram alguns detalhes dos testes realizados com LSPM.

OTDR

O OTDR (Optical Time Domain Reflectometer) é um equipamento que consegue medir parâmetros tais como atenuação, perda de retorno, atraso de propagação e comprimento da fibra. Ele pode realizar testes tanto do enlace completo quanto de seus componentes individuais, como trechos de fibra, emendas, conexões e dobras na fibra. Portanto, além de apenas ser utilizado para testes de aceitação do enlace, também é bastante útil no diagnóstico em instalações com falhas.

A norma define os procedimentos para os testes de enlace completo e de componente, os comprimentos de onda de trabalho do OTDR, e a forma recomendada de utilização das fibras de lançamento e fibras terminais durante os testes. Essas fibras de lançamento também têm suas características mínimas definidas nessa norma. Uma dessas características, imprescindível, é a que possuam comprimento superior à atenuação da zona morta do OTDR utilizado.

Exemplo de medição com OTDR

Para a inclusão de todas as conexões na medição realizada pelo OTDR, é necessária a utilização de fibras de lançamento no início e no final do enlace a ser testado. A norma explica a importância da utilização dessas fibras de lançamento, assim como detalha os aspectos a serem levados em consideração.

Estes vídeos explicam alguns aspectos dos testes com OTDR.

Outros tópicos

Além dos equipamentos e procedimentos já citados, a norma também dá recomendações com relação aos seguintes assuntos: calibração dos instrumentos; documentação dos testes realizados nos enlaces; fibras de lançamento; cálculo do balanço de perda.

A norma também tece considerações sobre testes unidirecionais e bidirecionais, tratamento e interpretação dos resultados, e fatores de incerteza na medição com LSPM e OTDR.

Os quatro métodos de referência de cordões usados com LSPM são explicados em detalhes nos anexos da norma. Há também anexos informativo sobre os detalhes mais técnicos de operação de um OTDR.

E por último, mas não menos importante, um anexo trás quatro exemplos de cálculo do balanço de perda de potência óptica. A atenuação do enlace óptico, medida por LSPM ou OTDR, deve ser comparada com o resultado deste cálculo, que servirá de parâmetro para aceitação da instalação.

No site da Clarity Treinamentos há uma calculadora online gratuita que ajuda o projetista ou instalador a realizar esse cálculo: https://www.claritytreinamentos.com.br/balanco-de-perda-optica/ . O vídeo a seguir também detalha a realização desse cálculo.

A atenuação medida também deve ser comparada com a perda máxima permitida para a tecnologia de rede que se pretende usar no enlace. Para conhecer os requisitos das tecnologias Ethernet, consulte estas tabelas, que cobrem desde 10 Mb/s até 400 Gb/s.

Conclusão

Agora já temos uma norma que define os procedimentos de testes para enlaces instalados em fibra óptica. Cabe agora aos profissionais da área se atualizarem e se apropriarem de seu conteúdo, de forma a entregarem instalações de fibra óptica com mais qualidade e garantia de desempenho.

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Até a próxima!

Marcelo Barboza, RCDD, DCDC, ATS, DCS Design, Assessor CEEDA
Clarity Treinamentos
marcelo@claritytreinamentos.com.br

Sobre o autor
Marcelo Barboza, instrutor da área de cabeamento estruturado desde 2001, formado pelo Mackenzie, possui mais de 30 anos de experiência em TI, membro da BICSI e das comissões de estudos sobre cabeamento estruturado e de infraestrutura de data centers da ABNT, certificado pela BICSI (RCDD e DCDC), Uptime Institute (ATS) e DCPro (Data Center Specialist – Design). Instrutor autorizado para cursos selecionados da DCProfessional, Fluke Networks, Panduit e Clarity Treinamentos. Assessor para o selo de eficiência para data centers – CEEDA.

Norma ANSI/TIA-568.2-D aprovada para publicação

A principal norma de cabeamento estruturado dos EUA, uma das primeiras do mundo a tratar do tema, é a ANSI/TIA-568. Ela é dividida em 5 partes, sendo elas:

  • Parte 0: estabelece as bases para um sistema genérico de cabeamento estruturado
  • Parte 1: cabeamento estruturado para edifícios comerciais
  • Parte 2: especifica os componentes de par trançado balanceado
  • Parte 3: especifica os componentes em fibra óptica
  • Parte 4: especifica os componentes em cabo coaxial

Ao final do artigo, não deixe de conferir meus vídeos sobre as normas nacionais de cabeamento estruturado. E para obter a relação das normas mais relevantes relacionadas ao cabeamento estruturado, leia este artigo.

Periodicamente, a TIA-568 passa por revisões, assim como a maioria das normas, para se atualizar em relação à tecnologia, produtos e melhores práticas adotados. Uma letra ao final indica a revisão. A primeira revisão foi indicada com a letra “A”. A revisão seguinte recebeu a letra “B”, e assim por diante. Assim, o nome ANSI/TIA-568-C.2 indica a revisão “C” (3ª revisão) da parte 2 da referida norma.

Só que a quarta revisão (“D”) mudou a ordem desses dois indicadores, tornando o nome mais coerente com as demais normas. Os indicadores de parte e revisão se inverteram, de forma que a 4ª revisão da 2ª parte passou a se chamar ANSI/TIA-568.2-D. A revisão “D” das demais partes já haviam sido publicadas nesse formato. Agora os nomes são:

  • ANSI/TIA-568.0-D, Generic Telecommunications Cabling for Customer Premises, publicada em 15/dez/2015
  • ANSI/TIA-568.1-D, Commercial Building Telecommunications Cabling Standard, publicada em 9/set/2015
  • ANSI/TIA-568.2-D, Balanced Twisted-Pair Telecommunication Cabling and Components Standard, a ser publicada em breve
  • ANSI/TIA-568.3-D, Optical Fiber Cabling And Components Standard, publicada em 25/out/2016
  • ANSI/TIA-568.4-D, Broadband Coaxial Cabling and Components Standard, publicada em 27/jun/2017

O que mudou na ANSI/TIA-568.2-D em relação à revisão anterior? Em resumo, os principais pontos alterados foram:

  • A adição da configuração MPTL (Modular Plug Terminated Link)
  • Incorporação da Categoria 8 ao corpo da norma
  • O reconhecimento de patch cords com bitola de condutor 28 AWG
  • Considerações ao suporte ao PoE

A adição da configuração MPTL (Modular Plug Terminated Link)

O MPTL é um acréscimo aos outros dois modelos padrões de enlace que já existiam, o canal (CH) e o enlace permanente (PL). Resumidamente, o CH é a configuração que inclui todo o cabeamento horizontal, incluindo todos os patch cords, enquanto o PL é a configuração que inclui apenas a parte “permanente” ou “fixa” do cabeamento, desde a terminação no rack até a terminação na tomada, sem incluir os patch cords.

Esta nova configuração, o MPTL, atende aos anseios de muitos usuários e instaladores, que se sentiam “incomodados” ao instalar uma tomada de telecomunicações, mais um patch cord, para conectar equipamentos fixos, principalmente próximos ao forro, como pontos de acesso wireless (WAP) e câmeras de vigilância (CFTV). Nesta configuração, o cabo horizontal é terminado diretamente com um plugue RJ45 (macho), em campo, que será diretamente conectado ao dispositivo terminal. Os principais fabricantes de cabeamento já estão disponibilizando tais plugues, com garantia de desempenho, para confecção em campo, incluindo versões com desempenho de Categoria 6A e até mesmo Categoria 8. Para ver a montagem de um plugue Cat.6A em campo, confira este vídeo:

A norma também dará provisionamento para a forma como um enlace MPTL deverá ser testado. O desempenho do plugue terminado em campo deverá ser incluso no teste. Isso é diferente dos requisitos de teste de um canal, que exclui o desempenho dos plugues das extremidades. Outra coisa a ser ressaltada é que a norma continua obrigando a utilização de tomadas e patch cords para a conexão de dispositivos de usuário nas áreas de trabalho, como desktops, notebooks, telefones e impressoras. Tais dispositivos podem mudar de lugar com frequência, por isso o requisito de utilizar patch cords em sua conexão.

Incorporação da Categoria 8 ao corpo da norma 

A Categoria 8 de cabeamento de par trançado era parte de um adendo à norma TIA-568-C.2. Agora, fará parte da nova revisão 2-D. Lembramos que essa categoria, testada até 2000 MHz, permite a utilização de Ethernet a 40 Gb/s sobre um canal Cat. 8 de até 30 metros, sendo um enlace permanente de 24 metros, mais dois patch cords de até 3 metros cada. Tal aplicação foi pensada para conexões entre equipamentos localizados na mesma fileira de racks de um data center, e permitirá a configuração MPTL para conexão direta ao servidor.

A nossa norma nacional de cabeamento estruturado, a NBR 14565, agora também reconhece a Categoria 8. Confira neste meu artigo e neste vídeo:

A categoria 8 e os 40 Gb/s

O reconhecimento de patch cords com bitola de condutor 28 AWG

Anteriormente, apenas condutores 22 a 26 AWG eram reconhecidos para utilização em patch cords. Mas em racks de alta densidade, abrigando a terminação de centenas de cabos, isso poderia tornar a organização dos patch cords uma tarefa quase impossível!  Grandes quantidades de patch cords grossos poderiam também causar restrições ao fluxo de ar para a refrigeração de equipamentos ativos, causando seu sobreaquecimento.

Mas patch cords com bitola reduzida, como 28 AWG, apresentam maior atenuação de sinal e maior resistência à corrente elétrica. Por esse motivo, a norma provê recomendações para restringir o tamanho de canais contendo patch cords 28 AWG. Patch cords 28 AWG deverão utilizar 1,95 como fator de correção. Por exemplo, um canal com 10 metros em patch cords 28 AWG poderá ter um máximo de 92,5 m, sendo 82,5 m para o enlace permanente, em vez dos tradicionais 90 m. Com o tempo, melhores práticas deverão ser desenvolvidas e aplicadas com tais patch cords para minimizar possíveis problemas com sua utilização em canais que utilizem PoE, especialmente acima de 30 W, que surgirão com sua nova versão, o four-pair PoE, ou 4PPoE.

Considerações ao suporte ao PoE

Com a chegada do 4PPoE, que permite alimentação de quase 100 W pelo switch, garantindo um mínimo de 71 W no dispositivo remoto, começa a aumentar a preocupação com os projetos e instalações de sistemas em par trançado de forma a evitar anomalias na alimentação elétrica, como quedas excessivas de tensão e aumento exagerado da temperatura no feixe de cabos.

Referências ao boletim técnico ANSI/TSB-184-A, Guidelines for Supporting Power Delivery Over Balanced Twisted-Pair Cabling, são feitas nessa nova revisão, assim como o requisito para um teste particularmente importante para o PoE, que é o desequilíbrio resistivo dentro dos pares e entre os pares do cabo.

Norma nacional de cabeamento para data centers
Última revisão da norma nacional de cabeamento estruturado
Normas nacionais de cabeamento

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Marcelo Barboza, RCDD, DCDC, NTS, ATS, DCS Design, Assessor CEEDA
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Sobre o autor
Marcelo Barboza, instrutor da área de cabeamento estruturado desde 2001, formado pelo Mackenzie, possui mais de 30 anos de experiência em TI, membro da BICSI e da comissão de estudos sobre cabeamento estruturado da ABNT/COBEI, certificado pela BICSI (RCDD, DCDC e NTS), Uptime Institute (ATS) e DCPro (Data Center Specialist – Design). Instrutor autorizado para cursos selecionados da DCProfessional, Fluke Networks, Panduit e Clarity Treinamentos. Assessor para o selo de eficiência para data centers – CEEDA.